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  • Kit-Lanches De Bolsonaro Custaram Mais De R$ 754 Mil Dos Cofres Públicos Em Suas Campanhas Eleitorais


  • Bolsonaro e o PL não quiseram declarar sobre os gastos.

Os lanches e refeições comprados pelo ex-presidente Bolsonaro ao exercito e agentes da polícia, durante a campanha de reeleição, ficaram no valor de R$ 754 mil aos cofres públicos. 

O UOL em parceria com a agência Fiquem Sabendo, levantaram os dados por meio da Lei de Acesso à Informação.

O grupo de coordenação de viagens do ex-presidente adquiriu 21.447 kits-lanche para compartilhar aos agentes locais de segurança convocados para dar "apoio à missão" durante visitas do então presidente-candidato a cidades.

Foram 58 agendas analisadas entre 16 de agosto a 31 de outubro de 2022. De todas essas, 42 agendas estão nomeadas como  "atividades eleitorais" e tiveram despesas de alimentação pagas com cartão corporativos.

Em uma das notas fiscais do dia 2 de outubro, foi o mesmo dia em que Bolsonaro viajou ao Rio de Janeiro para votar no primeiro turno.

Neste dia não teve agenda de campanha, entretanto as notas fiscais mostram a compra de 1.100 kits-lanche a um custo de R$ 39.600.

Durante as campanhas, o ex-presidente chegou a contar com mais de mil agentes de segurança local em agendas eleitorais que duravam apenas algumas horas. Já as motociatas envolveram ainda mais agentes.

Em suma maioria dos casos, os kits-lanche incluíam:
    • 2 sanduíches de presunto e queijo
    • 1 fruta
    • 1 barra de cereal
    • 1 refrigerante ou água




    Bolsonaro e o PL não quiseram declarar sobre os gastos. Integrantes da campanha afirmam, contudo, que os valores são legais e se referem à segurança presidencial em viagens.

    Em outubro de 2022, durante a campanha pela reeleição de Bolsonaro, o governo federal editou uma portaria que atribui a solicitação de "alimentação, quando necessária, para os integrantes de apoio local". Porém com uma condição: "desde que os indicados não estejam recebendo diárias pelos órgãos ou entidades a que pertençam"

    Autoridades envolvidas na segurança pública em operações com agentes de estado como essas estranham a prática.

    "Quando você pede o apoio [de segurança], ele já vem com tudo pronto. As autoridades têm direito a escolta, mas o próprio estado que provê a alimentação", diz Robson Rodrigues, ex-chefe do Estado Maior Geral da PM do RJ.

    O subprocurador do TCU (Tribunal de Contas da União) Lucas Furtado uni iniciará uma investigação sobre os valores gastos. Ele vê possíveis danos ao erário na possível utilização indevida dos recursos públicos.